sábado, 16 de fevereiro de 2019

Automutilação ou cutting: cortar o corpo para aliviar a angustia


    A automutilação é para muitas pessoas a válvula de escape para as dores emocionais que as acomete. É como se a dor física aliviasse a "dor na alma", comportamento cada vez mais comum entre os adolescentes, mas os adultos também sofrem desse transtorno.
   Quando os familiares, amigos identificarem os cortes devem encorajar a pessoa que sofre desse transtorno a buscar tratamento psicológico, pois estimativa que mais de 50% das pessoas que fazem isso tentarão suicídio em algum momento da vida.

Fique atento
  • Os principais sintomas são pequenos cortes e cicatrizes pelo corpo( primeiramente nos braços) em regiões que podem ser cobertas por roupas;
  • Os jovens ou adultos não querem chamar a atenção e tentam esconder cortes e cicatrizes das pessoas mais próximas;
  • Normalmente o transtorno surge a partir dos 13 anos de idade;
  • Pesquisas feitas nos Estados Unidos mostram que a pratica está ficando cada vez mais freqüente.

Como ajudar alguém com este problema
  • Esse transtorno mental precisa de atenção, avaliação psiquiátrica e tratamento psicológico;
  • O apoio da família é essencial, ao perceber o problema ofereça compreensão;
  • Quanto mais cedo o transtorno for tratado, maior a chance de a pratica não se repetir.

Principais motivos e causas da automutilação
   Geralmente os principais motivos são brigas com familiares, brigas com cônjuge, problemas nas relações interpessoais, incluindo amizades, problemas escolares. Entre as principais finalidades com que a pessoa faz isso temos a necessidade de aliviar um estado ou sentimento negativo, como um estado ansioso, depressivo, ou sentimento de angústia, frustração, desespero, tensão, raiva e, até autocrítica. Também o fazem na tentativa de induzir um sentimento positivo e até como forma de lidar com as relações interpessoais.
  A pessoa normalmente tem esses atos de forma tão repetitiva que pensa inúmeras outras vezes nisso ao longo dos dias sem realizar o ato em si. Há aquelas que não conseguem ver uma outra forma de lidar com a frustração que não seja propriamente com a automutilação. O ato normalmente é impulsivo e ocorre para alívio imediato da situação causadora. A pessoa muitas vezes faz isso sem pensar.
E quem são as pessoas que mais têm esse tipo de conduta? 
  Muitos dizem que ocorre apenas em adolescentes, mas não. Embora crescente nessa população, a automutilação é comum em adultos. Mas ainda é mais frequente em adolescentes. O advento das redes sociais e super-exposição contribui negativamente para a expansão dessas condutas.
  Alguns quadros psiquiátricos estão bastante associados, como a depressão, o transtorno de personalidade borderline, transtornos alimentares, transtorno de personalidade histriônica e transtornos de ansiedade. Cabe lembrar que a automutilação por si só já é enquadrado na psiquiatria como um transtorno psiquiátrico independente, ocorrendo em jovens sem os quadros descritos acima, mas que estão num sofrimento psicológico e social intensos.
  Percebo através de relatos que essas formas de aliviar o estresse e outros sentimentos negativos é uma má adaptação aos desafios e estresses que a vida traz. São jovens que modulam mal a forma como lidam com o sofrimento. E o mais difícil é que os pais, professores e outras figuras não percebem em boa parte dos casos que isso acontece. Vários pais, ao invés de buscar ajudar o filho, criticam a atitude e relatam ser frescura. Não adianta apenas criticar a automutilação sem dar suporte, afeto e um olhar mais empático para o que acontece.

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